segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Projeto desafiando o preconceito: convivendo com as diferenças

As diferenças são também construídas pelos sujeitos sociais ao longo do processo histórico e cultural, nos processos de adaptação do homem e da mulher ao meio social e no contexto das relações de poder. [...] porque nós, seres humanos e sujeitos sociais, no contexto da cultura, assim os nomeamos e identificamos. (GOMES: 2008, p. 17)


Desafiando o preconceito: convivendo com as diferenças.

 
  1. IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO
TEMA: Cultura e identidade: Comunicação para a Igualdade Étnico-Racial

PÚBLICO ALVO: Alunos da ED. Infantil e do Em. Fundamental

DURAÇÃO: 1 bimestre CULMINANCIA: Dia 18 de novembro que antecede o dia nacional da consciência negra.
  1. CARACTERÍSTICAS: Projeto interdisciplinar, envolvendo todas as áreas da Ed. Infantil e Ens. Fundamental I.
 
  1. INTRODUÇÃO


Como a educação escolar pode tratar no cotidiano a presença de tantas diferenças étnico raciais?


Há uma tendência nas culturas de destacar como positivas as praticas e valores que lhes são próprios, gerando conflitos desastrosos ou rejeição em relação ao que é diferente. Somos desafiados constantemente pela própria experiência humana a aprender a conviver com as diferenças. Como mudar as concepções de diversos indivíduos para que possa compreender que nenhum ser humano é melhor ou pior do que o outro?


As discussões que surgem acerca das diferenças e diferentes formas de preconceito cultural abordam a necessidade de enfocar na educação escolar o trabalho com a diversidade existente na cultura brasileira, primando pela valorização e respeito ao outro.

É preciso compreender que por trás da lei 10639/03 existiu e ainda existem percursos de lutas pela em prol de direitos iguais, da democracia. Dessa forma, o trabalho com esse tema requer um entendimento sobre as causas políticas, econômicas e sociais sobre o preconceito.


Esse projeto baseia no trabalho de diversos autores que tratam sobre a temática, mas as idéias principais foram extraídas da Lei 10639/03, do documento “Indagações sobre Currículo: Diversidade e Currículo” elaborado pelo Ministério da Educação por Nilma Lino Gomes (2008). Destacamos também as idéias de Carlos Rodrigues Brandão e Valter Roberto Silvério.

 
  1. JUSTIFICATIVA

Depois do levantamento realizado pelos educadores da escola acerca da formação extra-escolar dos educandos e da realidade onde está inserida a escola, percebe-se grandes desafios referentes às diferenças e ao preconceito racial, principalmente sobre os afro descendentes como também o não conhecimento por parte dos educandos e alguns educadores sobre as raízes, a história e a cultura africana e afro descendentes.


As situações conflituosas encontradas em salas de aula demonstram como os meninos e meninas carregam em si o preconceito que vem se acumulando de geração em geração. Os casos mais extremos de violência ou bullyng estão relacionados à aparência física (cor da pele, cabelos, etc) e religiosidade.


Dessa forma, depois dos estudos realizados com os professores pretendemos avançar no trabalho sobre a questão citada, considerando a necessidade de desenvolver um projeto que possibilite alguns caminhos para a prática de ações que se efetive a partir do estudo e compreensão, com educandos, dos valores e identidades advindos do meio cultural em que vivem

 
  1. OBJETIVO GERAL

Conhecer e valorizar a história e culturas africana e afro descendentes, bem como desenvolver o respeito às diferenças, repudiando qualquer forma de preconceito e ampliando seu conhecimento cultural.

  1. OBJETIVOS ESPECÍFICOS


  • Viabilizar práticas pedagógicas que ajudem na superação das diferenças culturais, ao invés de apenas abafá-las;

  • Conscientizar e discutir sobre o multiculturalismo;

  • Pensar as relações entre Brasil e África fora de padrões estereotipados;

  • Desenvolver um senso crítico sobre o preconceito racial, bem como trabalhar os valores humanos para que os alunos se fortaleçam como sujeito social e cidadão.

  • Repudiar formas de preconceitos;

  • Valorizar a cultura negra e seus afro-descendentes e afro-brasileiros, na escola e na sociedade;

  • Entender e valorizar a identidade da criança negra;

  • Redescobrir a cultura negra, ao longo do tempo;

  • Desmitificar o preconceito relativo aos costumes religiosos provindos da cultura africana;

  • Trazer à tona, discussões provocantes, por meio das rodas de conversa, para um posicionamento mais crítico frente à realidade social em que vivemos.


  1. DESENVOLVIMENTO
O desenvolvimento desse projeto estará em consonância com as necessidades das turmas e a realidade local. O tema será desenvolvido na sala de aula por meio de atividades para a sua exploração, sistematização e para a conclusão dos trabalhos. Os alunos devem fazer observações diretas no entorno familiar, observações indiretas em ilustrações e/ou vídeos, experimentações e leituras. Para tanto vamos utilizar:  
  • História: “Menina bonita do laço de fita”;
  • Exibição de filmes como Kiricu e outros;
  • Promover reflexões positivas de reportagens jornalísticas e textos da atualidade tratam sobre o tema;
  • Audição, análise e ilustração de músicas que retratem o tema;
  • Ilustrações dos trabalhos de Candido Portinari – “Menina com tranças e laços” fazendo uma analogia com o livro “Menina bonita do laço de fita” e “cabeça de negro”;
  • Estar em contato com músicas da cultura africana como o samba, a batucada;
  • Produção em artes com sucatas;
  • Se possível, assistir e participar de uma apresentação de capoeira;
  • Hora da história: inserção de leituras sobre a temática nos 30 minutos de leitura semanal, durante a execução do projeto;
  • Verificação do caminho geográfico feito da África para o Brasil por meio do mapa mundi;
  • Confeccionar cartazes – recorte, pintura e colagem - com fotos de revistas que tratam da diversidade étnica brasileira e a cultura do negro;
  • Realizar brincadeiras e jogos infantis:
  • Construção de uma máscara africana utilizando materiais recicláveis;


  1. RECURSOS


  • Filmes, Músicas, DVDs, CDs, Data show, Laptop, Materiais de desenhos e pintura, Livros de histórias africanas ou que retratem o tema, Mapa mundi, Reportagens jornalísticas, Obras de Cândido Portinari, Sucatas, Revistas, Jornais, Modelos de jogos e brincadeira africanos.


  1. AVALIAÇÃO

A avaliação acontecerá durante todo o processo educativo, de forma contínua e diagnóstica; com a intenção fundamental de revisitar a prática pedagógica possibilitando o estímulo aos alunos para desenvolverem-se suas potencialidades levando em conta, principalmente, os avanços individuais dentro da coletividade e a participação no decorrer das atividades do projeto, de acordo com as peculiaridades de cada turma.


  1. REFERÊNCIAS 
BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das relações Étnico–Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. Brasília: MEC, 2005. 35p.  MACHADO. Maria Helena. Menina bonita do laço de fita. São Paulo-SP. Ed. Ática, 2007.  Revista Nova Escola. Vários autores. São Paulo-SP – edição de Nov. 2004 e 2005.  @ http://www.portinari.org.com.br 

GOMES, Nilma Lino. Indagações sobre currículo: diversidade e currículo.


BRASÍLIA: Ministério da Educação, Secretaria da Educação Básica, 2008.


BRANDÃO, Carlos Rodrigues. 1986. Identidade e Etnia: Construção da Pessoa e Resistência Cultural. Editora Brasiliense, São Paulo.

  


     

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